Pare!

Pare! Se você pensa que verá textos, imagens ou qualquer coisa relacionada a Garfield e seus amigos, enganou-se. Aquele gato já me deu problemas no passado e qualquer comentário a respeito será ignorado e excluído.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dança, videogame ou esporte?


Aí vai uma entrevista com Patrick Claudino.


Patrick Claudino já organizou um Campeonato Nacional de Pump It Up e é responsável pelo site PumpBR, cujo fórum é o mais acessado pelos jogadores desta máquina de dança eletrônica. Muito jogada por diversão mas considerada por alguns um esporte, a Pump It Up revela um mundo próprio que junta o videogame e a academia.

Como você definiria a Pump it Up, jogo eletrônico(video game) ou esporte?
Patrick
: Pump It Up é considerada um e-sport, uma combinação de esporte com vídeo game. É um jogo de dança no qual o jogador deve pisar nas setas de acordo com o ritmo, utilizando os 5 botões de um dos lados ou os 10 de ambos. É possível jogar de uma ou duas pessoas, como modos desde níveis mais fáceis até modos mais difíceis que exigem coordenação e resistência física do jogador. Existem duas categorias oficiais da Pump: Speed, músicas difíceis no qual o objetivo é conseguir a melhor pontuação possível e Freestyle, músicas de nível médio para serem coreografadas sozinho ou em dupla e serem julgadas por uma equipe de juízes, atendendo assim a alguns critérios, como Manobras, Habilidade, Dança, Composição, entre outros fatores.

Como a Pump it Up é vista pelos brasileiros? Existe preconceito contra quem joga?
Patrick
: A Pump chegou no Brasil no final de 2000 e foi bem recebida, espalhando-se rapidamente em diversos locais e tornando-se um estilo de vida para os jogadores brasileiros. Atualmente é vista como uma inovadora atividade física que atua no condicionamento, diferente de um videogame comum que é associado ao sedentarismo. O preconceito existe por algumas pessoas que ainda consideram a Pump como apenas um "jogo de fliperama de shopping", e não por seu real atributo de esporte eletrônico e estilo de vida.

Qual o país de origem da Pump it Up? Esta prática já é considerada oficialmente um esporte?
Patrick
: A Pump It Up surgiu na Coréia do Sul em 1999 e até hoje foram lançadas mais de 20 versões diferentes. Nos últimos anos foram realizadas diversas campanhas informativas sobre os benefícios físicos ao jogar Pump It Up, com uma série de estudos e exames médicos. Há atualmente uma campanha para que o jogo se torne futuramente um esporte oficial.

Qual o objetivo da maioria dos jogadores: a diversão ou o emagrecimento?
Patrick
:Cada jogador tem seu próprio objetivo. Enquanto a maioria joga por diversão, existem os que jogam competitivamente e os que jogam para realizarem uma atividade física diferente das convencionais.

Existem competições oficiais no Brasil?
Patrick
: Todos os anos é realizado o BRPF - Brasil Pump It Up Festival, o campeonato nacional de Pump It Up no qual os vencedores ganham uma viagem com todas as despesas pagas para disputarem o WPF - World Pump Festival, torneio mundial e oficial de Pump It Up realizado todos os anos. O BRPF 2010 será realizado em Novembro no Brasil Game Show, a famosa feira de games do Rio de Janeiro que escolherá os vencedores para disputarem o WPF 2011.

Os fliperamas e donos de máquinas são favoráveis a campeonatos e eventos com a Pump it Up?
Patrick
: Em sua maioria, os fliperamas são favoráveis e permitem com que eventos e torneios sejam realizados. Desde o surgimento do World Pump Festival, a Pump vem se destacando gradualmente nos campeonatos e eventos.

Qual a faixa etária da maioria dos jogadores?
Patrick
:A maioria dos jogadores tem em média 17-21 anos, mas a faixa etária pode variar entre 12-30 anos.

Qual a relação entre a idade do jogador e o seu empenho em melhorar suas habilidades no jogo?
Patrick
: Não existe um critério pré-estabelecido, cada jogador tem seu próprio ritmo para evoluir independente de idade. Tanto jogadores jovens quanto mais velhos podem melhorar mais rápido ou devagar, dependendo de sua força de vontade e empenho como qualquer outra atividade física.

Como é a acessibilidade ao jogo Pump it Up?
Patrick
: A Pump pode ser encontrada atualmente em fliperamas, shoppings e lan-houses, com preços que podem variar entre R$0,50 e R$4,00 por crédito. Regularmente são realizados eventos de Games, Anime e Manga nos quais são disponibilizadas máquinas que podem ser jogadas gratuitamente.

As máquinas costumam estar em boas condições?
Patrick
: No geral as máquinas não recebem a manutenção necessária e frequentemente estão em estado precário. Apesar dos pedidos dos jogadores para que a manutenção seja realizada, muitos estabelecimentos são negligentes e se recusam a darem a devida manutenção, o que desestimula e afasta jogadores antigos e novos. Alguns poucos fliperamas possuem uma boa relação com seus clientes e mantém suas máquinas em ótimo estado, porém infelizmente esse número ainda é muito baixo comparado com o número de fliperamas existentes no Brasil.

Qual o principal motivo pelo qual as pessoas que se interessam pelo jogo não começam a jogar?
Patrick
: Muitas pessoas jogam pela primeira vez com uma idéia negativa na cabeça, ou mesmo pensando que não irão conseguir aprender - o famoso bordão "eu não tenho coordenação para jogar". Por esse motivo, muitas pessoas com grande potencial jogam pela primeira vez e desistem. Qualquer um pode aprender a jogar Pump, basta um pouco de empenho e vontade de aprender, assim como qualquer outra atividade física.

informações sobre Pump It Up: www.pumpbr.org
Por João Alexandre Salgado Scartezini

sábado, 4 de setembro de 2010

O que são diálogos?

-Ei.
-Oi! Que susto...não te vi aí. Tudo bem?
-É...tudo, você tá indo pra onde?
-Sabe que nem eu sei?
-Como pode não saber?
-Apenas não sei. Nunca fez algo assim na vida?
-Já chega de perguntas.
-Ok.
-Mas sim, já fiz. Não deu muito certo. Mas agora estou aqui, e não estou triste. Às vezes estou até feliz!
-Então valeu a pena?
-Eu disse que não queria mais perguntas.
-Desculpe...mas será que nã...
-Sim!
-O quê?
-Valeu a pena. Porque agora estou aqui, onde deveria estar.
-Se é que você realmente deveria estar.
-Se não devesse, não estaria. Pare de ser redundante.
-Pode acordar agora. Você já entendeu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010





Para iniciar esse blog falarei sobre uma experiência social feita por mim e mais um amigo. Portanto preparem-se para uma boa história.
Um amigo me chamou para ir à uma festa de 15 anos de uma prima dele, que mora em uma pequena cidade perto de onde moramos, por volta de 2 horas de viagem (carro). Saímos no dia da festa (sábado) para voltar no domingo. A viagem foi tranquila e apesar de termos ido a noite, a estrada estava calma e chegamos rapidamente. Estávamos tranquilos e nem sabíamos que estávamos prestes a fazer uma experiência hilariante com os habitantes daquela cidade. Chegamos à festa e eu cumprimentava as pessoas sem falar nada, sem nenhum motivo aparente, apenas não estava sentindo vontade de falar...acenos com a cabeça e leves levantadas de sombrancelha faziam o trabalho social por mim.
O jantar foi o que nos levou à ideia genial de fazer uma brincadeira. Ao fazer os pratos no buffet "self-service", nos sentamos com um primo do meu amigo e uns moleques interioranos (o "primo" faz parte deste grupo). Uma nota antes de continuar: este meu amigo com o qual viajei já morou nos Estados Unidos e fala inglês fluente. Pois bem, em um certo momento, um dos viciados em futebol pergunta ao meu amigo se eu também morava nos Estados Unidos...por impulso e com intuito de sacanear o pequeno rapaz, meu amigo responde que sim! E assim tudo começou.
Estendemos a brincadeira até o ponto em que eu não podia mais falar português pois todos DA FESTA pensavam que eu era norte-americano! Falamos várias vezes que eu era nascido no Brasil e entendia português, mas não falava muito bem, mas isto pareceu ter sido completamente ignorado pelos cidadãos daquela pacata cidade.
Chegamos a um ponto em que não havia mais volta: a avó do meu amigo já havia tentado conversar comigo e também a enganamos, não tinha mais como falar que era uma brincadeira, se não sairíamos linchados da cidade. Mas voltando...com os rumores de que tinha um estrangeiro no pedaço, e este estrangeiro sendo eu, todos que me olhavam me analisavam dos pés a cabeça! Pessoas me olhavam com caras de "Nossa, como ele é diferente...", mesmo meu amigo repetindo constantemente que eu entendia português, todos falavam como se eu fosse um retardado mental que não entendesse frases, caso fossem ditas muito rapidamente...tornei-me a sensação da festa.
O mais engraçado, além do tratamento "especial" dado por todos, foi quando estávamos de saída da festa e eu soltei um malfalado "tchao" para a aniversariante: ela se assustou e falou com muita surpresa " Nossa! Ele sabe falar tchau!!!!"
Repetindo: contamos a todos da festa que meus pais eram brasileiros e que eu entendia português perfeitamente, apenas não falava bem.
Fomos dormir na casa de uma tia do meu amigo, como havia sido combinado. Ela me deu um tour pela casa com muita humildade e cheia de desculpas, como se eu só tivesse entrado em mansões a minha vida toda. Tratou-me muito bem, e até arriscou algumas palavras em inglês. Seu filho pequeno, que devia ter uns 5 anos, ficava me encarando com fascínio e fazia piadas constantemente comigo, ele falava mais naturalmente comigo do que qualquer outro, e quando eu falei pra ele "High Five!" (toca aqui!), ele bateu na minha mão como se eu tivesse falado em português...acho que crianças seguem mais facilmente ações gestuais...
No outro dia, fomos almoçar na mesma casa em que ocorreu a festa de 15 anos. Ao chegar, novamente olhares estranhos e fascinados vieram sobre mim, mas agora com uma certa aceitação maior...talvez o choque havia passado...pelo menos para alguns. As pessoas, em sua maioria, me trataram muito bem, talvez até melhor do que se eu fosse um "amigo da capital", mas todas demonstraram um certo receio de iniciar qualquer conversa (com exceção daquele tio que faz piadas com todos), mesmo sabendo que eu entendia português.
A viagem foi boa e rendeu muitas risadas entre eu e meu amigo, que repetíamos constantemente "We're going to hell for this" (vamos pro inferno por isso) e "yo so dumm" (quotando um sábio músico).
É engraçado como as pessoas te tratam diferente só de saber que você (supostamente) não morou no mesmo país que elas, mesmo sabendo que você pode entendê-las, elas fazem da sua presença algo de outro mundo.